domingo, 3 de abril de 2016

O que faz uma boa Escola?

No momento em que se discute os baixos índices de desempenho dos educandos brasileiros, a constância de alguns indicadores revelados por diversos instrumentos avaliativos nos permite apontar objetivamente o que faz uma boa escola, ou seja, uma escola onde jovens e crianças aprendam. 

Sem a pretensão, por óbvio, de ignorar os fatores externos como a desagregação social e familiar e a questão salarial, quero aqui listar, sem estabelecer hierarquia entre eles, alguns fatores internos a escola, geralmente ignorados na definição de políticas, mas decisivos para o sucesso escolar. 

Gestão: Uma gestão cuidadosa e eficiente, capaz de tornar a escola um espaço organizado e agradável, mobilizadora da comunidade escolar em busca da aprendizagem. Não é suficiente o diretor ter representatividade. Ele necessita de qualificação para ser gestor; 

Participação: O protagonismo de todos os segmentos da comunidade escolar, especialmente dos pais, acompanhando a gestão e tornando o Conselho Escolar uma instância decisiva na escola; 

Projeto pedagógico claro: As escolas que conseguem definir uma identidade, assumida por toda a comunidade escolar apresentam bons resultados; Qualificação docente: Docentes qualificados, com titulação compatível, incentivados pela carreira a buscarem novos conhecimentos; 

Disciplina: A atividade pedagógica exige organização, disciplina e concentração. A postura democrática do docente não dispensa o respeito mútuo e a hierarquia; 

Aprendizagem: A escola é um espaço de múltiplas possibilidades, porém seu foco central é a aprendizagem. As demais atividades devem estar vinculadas a este objetivo central; 

Avaliação: A avaliação constante, tanto interna como externa, da escola, de alunos e docentes é instrumento indispensável. A isto se acrescente a existência de condições materiais mínimas como acesso a informática, utilização de laboratórios e uma boa biblioteca. 

A soma destes fatores, a maioria deles dispensando maiores recursos, resulta nas boas escolas públicas que as avaliações têm identificado. 

Naturalmente estas questões não esgotam o assunto, mas se sobrepõem a outras que normalmente ocupam o centro do debate, como regime seriado ou ciclado, gestão democrática, escola de tempo integral ou não, etc. 

Se conseguirmos nos concentrar no que é realmente importante, poderemos conseguir o que centenas de escolas públicas já alcançaram: uma educação de qualidade.